maldito transgressor

maldito transgressor
A hipnose é tão aconchegante...
O costume a inércia...
A responsabilidade em ser inteiro adormecida...
A verdade miando lá fora na chuva...
A Televisão que faz o tempo passar tão rápido e confortável...

Não ouço mais os gritos seus
Não ouço mais os gritos meus
Não ouço mais os gritos
Não ouço mais
Não ouço
Não
Ñ
~

HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Papai Noel



Gente querida, ontem ganhamos um presente de natal. E não foi um presente qualquer. Foi um baita presente. Afinal, ganhamos o papai Noel!
Quem esteve no tuca sabe do que eu estou falando. Pra quem não sabe, eu conto agora. E como diria o Adão, os outros podem ir lendo normalmente...
Segundos finais de cena. Estilo aventura. Emilie, Blanche e Duporto desbravando o pólo norte. Elas caminham devagar. Pareciam procurar algum final... E ele chegou. Na verdade, não era um final, mas um início. Início de fluxo e liberdade.
Uma delas aponta pra platéia: olha! O papai Noel!!
Ele estava lá. Moreno de sol. Barba e cabelos brancos. A platéia ri.
Elas vão até ele. Beijam e abraçam. A senhora do lado tira fotos. E pronto. Abrimos a porta e escancaramos o inesperado: todos os palhaços foram tirar fotos com o papai Noel. Quando dei por mim, estava no colo dele. E como num passe de mágica, e na verdade tudo tão natural e orgânico, organizou-se uma fila imensa de crianças e pré adolescentes pra tirar fotos no colo do papai Noel.
Suspensão de tempo, de espaço. Não era mais o tuca, não era mais teatro. Sei lá o que era.
No meio do transe consigo olhar pra platéia com meio olho de fora. Êxtase! Perplexidade! Um senhor ria tanto, mas tanto, mas tanto, que qdo parou de rir parecia que tinha acabado de passar por um daqueles picadeiros punks de curso de palhaço, quando dá pra ver até a alma da pessoa.
Saí do tuca muito feliz. Parecia que eu tinha reencontrado um velho amigo. Pra mim o jogando é isso. E o que sempre me encantou no jogando foi essa absoluta liberdade. E tenho certeza, que foi isso que conquistou o público neste quase 8 anos. Porque na vida as pessoas não podem simplesmente seguir o fluxo dos desejos e das vontades. Há normas, regras, padrões. E lá, no gramado, de repente, rompe-se a prisão.
O jogo vira outra coisa. Isso é o mais incrível. O jogo não é interrompido. Ele simplesmente se transforma. E somos, palhaços e platéia, conduzidos por caminhos da mais absoluta liberdade.
O jogando oferece isso. A possibilidade de ir sem saber pra onde se vai. Do vôo cego.
Saí de lá com a convicção reforçada de que o jogo é só o pretexto pra que a experiência maior aconteça.
Esse é o nosso improviso.
Essa é a fonte que faz as pessoas voltarem e voltarem.
Espero que a gente não se esqueça tão cedo desse presente de natal.


Beijos

Cláudio