Ao que tudo indica, muita gente. Segundo Marlene Querubim, presidente da UBCI (União Brasileira de Circos Itinerantes), existem cerca de 2.530 circos em atividade – um número jamais superado na história do circo no Brasil. E o público, ela assegura, continua a comparecer.
Se a notícia surpreende é porque o circo já não é mais, como foi por décadas desde a sua chegada ao Brasil, no início do século XIX, uma das poucas senão a única opção de lazer e cultura para a população. O circo continua vivo, apenas sem o mesmo destaque de quando espetáculos sob lonas eram o núcleo agregador da cultura nacional e palhaços eram celebridades de primeira grandeza.
Mas esse capítulo da história não está perdido. Em novembro de 2009, foi inaugurado em São Paulo o Centro de Memória do Circo, que inicialmente reúne o acervo documental de dois grandes circos brasileiros: o Nerino (1913-1964) e o Garcia (1928-2002). O acervo é composto por fotografias, figurinos, instrumentos musicais, registros textuais e audiovisuais. Documentos que chegaram às mãos da curadora Verônica Tamaoki graças às famílias que fizeram essa história.
Da família Avanzi vêm as memórias do Circo Nerino, que viajou por todo o País durante 52 anos e tinha como estrela o palhaço Picolino, personagem encarnado pelo próprio fundador, Nerino Avanzi, e herdado pelo filho Roger Avanzi. Ainda maior que o Nerino, o Circo Garcia, criado por Antolin Garcia em 1928, traz uma história de quase 75 anos, durante os quais lotava plateias na América do Sul, na América Central, na África e na Ásia. Foi o circo de maior longevidade no País.
Palhaço Picolino - Foto de Luis Alfre
Praça Princesa Isabel
Largo do Paissandu - 1929
Foto de Roger Avanzi - Itabuna BA - Década de 50
Foto de Roger Avanzi - Década de 50
Família Seysesel - Final do século XIX
Família Robatini
Família Landa
Família Boets
Circo Nerino - Década de 20
Artistas do Circo Nerino - 1940
“A história do circo passa pela história de todas as nossas expressões artísticas, não apenas a acrobática”, diz Verônica. “Ele ajudou a formar o teatro, o cinema, a televisão, a música e o rádio brasileiros”.
A curadora ressalta ainda que, para além dos circos em si, as artes circenses vivem um momento de efervescência, com artistas de vários gêneros incorporando o repertório circense em seus espetáculos. Rody Luiz Jardim, diretor-executivo da Academia Brasileira de Circo, que mantém uma escola de circo, lembra que o público de suas aulas é ainda muito mais diverso. “O circo hoje é também uma opção de lazer, de condicionamento físico e até de gestão e integração de pessoal por parte de grandes empresas”, diz Rody.
É da Academia Brasileira de Circo o Circo Spacial, hoje o maior em atividade no País, com capacidade para 3 mil lugares. É exceção entre os mais de 2.500 circos itinerantes citados por Marlene Querubim, que também é diretora do Spacial. “A imensa maioria oferece entre 500 e 800 lugares, principalmente devido ao preço dos terrenos hoje”, diz ela. “Por isso que se tem a noção de que o circo está morrendo, quando antes você tinha um Garcia ou um Orlando Orfei com 5 mil lugares. Mas não é verdade”.
A verdade é que pode faltar mídia para o circo, mas o público, o respeitável público, não falta.
Visite o Centro de Memória do Circo:
Galeria Olido Av. São João, 473, Centro São Paulo
Veja fotografias do acervo: www.fundacaobunge.org.br
Como o circo influenciou as artes brasileiras
TV e Cinema
Além de formar os primeiros técnicos de iluminação e som, o circo formou ou influenciou artistas consagrados, como Oscarito e Os Trapalhões. Em 1951, o Palhaço Carequinha põe uma plateia ao vivo em seu programa de variedades. Nasciam os programas de auditório.
Teatro
Criado em 1760 na Inglaterra, o circo moderno chega à América do
Sul unindo o teatro aos números de acrobacia, malabarismo e ilusionismo.
É o circo-teatro (ou circo criollo), que impulsionou as artes cênicas do País formando inúmeros atores.
Música
“Os palhaços foram nossos primeiros cantores populares”, diz Verônica Tamaoki. Até o início dos anos 1980, o circo foi o principal palco para duplas sertanejas.
Av. Copacabana com Rodolfo Dantas, ainda havia espaço para o circo em uma Copacabana na qual sua principal avenida ainda mantinha um canteiro central com luminárias, mas podemos ver ao fundo a grande verticalização da área do Lido, o edifício Atalaia, bem como o edifícios Itahy e Itaoca são bem visíveis, bem como o velho edifício Palacete Duvivier, na esquina da rua com o mesmo nome onde por já muitos anos funciona o curso de inglês Oxford
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Galdino Pinto se apaixonou por uma artista de circo quando ainda era estudante em Rezende (RJ), abandonou o cartório que se pai havia adquirido e seguiu viagem, casando-se em Amparo (SP). Foi empresário do Circo Takesawa Manje e, depois, atuou como palhaço. Seu filho, Abelardo, nasceu em 27 de março de 1897, em Ribeirão Preto (SP). Sete anos depois, passou a atuar no Circo Americano, propriedade de Galdino, como contorcionista. O palhaço Piolin nasce em 1917 na cidade de Manhuaçu (MG), quando se vê obrigado a substituir o palhaço Espiga, que após comprar seu próprio circo, foi-se sem dar explicações. No Circo Americano, fez par com Martinelli e, depois, com seu irmão, Faísca (1918 e 1919). Quando, em 1926, sua fama chegou aos intelectuais modernistas, ele já estava no Circo Alcebíades, de Alcebíades Pereira, filho do precursor Albano Pereira, no mesmo Largo do Paissandu, depois de passar seis anos no Circo Irmãos Queirolo, onde substituiu Chicharrão, o grande palhaço daquela família. A partir do início dos anos 1930 é que monta, enfim, um circo com o próprio nome. Será um dos mais longevos do país, tendo encerrado suas atividades somente em 1961, quando a prefeitura de São Paulo tomou o terreno onde seu circo estava montado.
Não se pode falar de circos em São Paulo sem fazer referência à irmandade Queirolo. Indubitavelmente foram os que mais fizeram pelo espetáculo circense entre nós. Tornaram o seu barracão uma verdadeira escola de cômicos de primeira ordem. No seu âmbito formaram-se os conhecidíssimos Piolim, Chicharrão, Harris, Chic-Chic e outros que não se pode conhecer. Nem os mestres sabem quantos são, porque é difícil contar os que aprenderam olhando-os, de longe, trabalhar. Os alunos, perdidos na assistência, assimilavam e, mais tarde, por este mundo afora, passaram a exibir-se, sem confessar onde tinham adquirido os meios de sucesso.
Tem origem em Jean François e sua mulher Ana Stevanovich, que chegam ao Brasil em 1881 e passam a atuar como mambembes. Em 1903, a família instala um luxuoso circo na capital, no Largo da Sé. Em 1907, viajam para a Argentina e o Uruguai, trazendo uma tropa de 14 cavalos dos pampas, que passam por intenso adestramento. Jean François transforma seus filhos – eram 14 – em exímios jóqueis. Além disso, importa um gerador de eletricidade Otto, da Alemanha, e um projetor de filmes Pathé, da França, isso quando o lampião a gás ainda imperava nas cidades. Em 1916, exibe a “Pantomima aquática” num tanque de 80 mil litros de água instalado no picadeiro. “E ali se remava, se nadava, se mergulhava, para maravilhar a platéia.” Para estabilizar sua vida com a chegada dos filhos, decide transformar seu circo em pavilhão. A princípio monta um palco ao lado do picadeiro, mas, depois, acaba restringindo o espetáculo às encenações, criando uma estrutura portátil e desmontável em alumínio para o pavilhão, que apresenta dramas e comédias em pantomimas, isso em 1924. O Pavilhão funciona até 1935, quando Jean François morre. O circo é retomado e mantido em atividade até 1962, pelas mãos de Hilário de Almeida, que se casa com Maria François.
FUZARCA
BIOGRAFIA DE FUZARCA, PARA O MUSEU DA TELEVISÃO BRASILEIRA
Albano Pereira, o palhaço Fuzarca, nasceu em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, em 31 de janeiro de 1913. Quando do início da televisão no Brasil, o circo teve grande participação, pois a oferta era grande e a aceitação pelo público maior ainda. Fuzarca e Torresmo começaram a trabalhar juntos em 50, já para trabalharem em televisão. Foi assim que Fuzarca e Torresmo estavam já nos estúdios da TV Tupi, no dia 18 de setembro de 1950. Ambos vieram de famílias circenses. Fuzarca era filho de Alcibiades Pereira, dono de um circo (e fez dupla com vários palhaços, como Piolin), e Ester Ozon Pereira. Seu nome era Albano Pereira Neto. Na TV Tupi fazia esquetes cômicos com Torresmo, em vários programas, como: "Gurilândia", "Tele Gongo", "Festa Matinal", "Clube Papai Noel" e principalmente no "Circo Bombril", comandado por Walter Stuart. Fuzarca apareceu também em várias novelas e seriados, como: "As Aventuras de Berloque Kolmes", "48 Horas com Bibinha", "O Falcão Negro", "Seu Tintoreto", "Seu Genaro". Ele e Torresmo apareciam também em "TVs de Comédia", escrito por Geraldo Vietri.
Casado com Italia Pereira, teve dois filhos: Alcibiades Albano Pereira e Italba Pereira. Fuzarca faleceu em São Paulo em 08 de junho de 1975.
Fuzarca era sempre muito alegre e deixou saudade, quando faleceu., mas ele dizia que para ' trabalhar em circo, precisa ser de circo, para não cair do trapézio da vida, pois as dificuldades e incertezas são muitas".
Chega a Porto Alegre (RS) em 1871 na trupe do Circo Chiarini. Quatro anos depois se torna proprietário do Circo Universal ou Circo Zoológico Universal e constrói um pavilhão em Porto Alegre. Faz muito sucesso na Corte, e tem o próprio Imperador entre os apreciadores de seus números eqüestres. Prima sempre pelo luxo no seu circo. Dizem que nas frisas há sedas e estofados, veludos e flores naturais. Em 1903, com o circo montado em Rio Novo (MG), estava cumprimentando o público que entrava para o espetáculo quando foi atingido por uma bala perdida, morrendo a seguir. Dá continuidade ao circo seu filho mais novo, Alcebíades, que monta lona própria em 1917, inaugurada em Campinas (SP). Alcebíades era um clown, ou cara-branca, que se apresentava em roupas luxuosas. Associou-se ao palhaço Piolin, com quem dividiu cinco anos de sucessos no circo instalado na Avenida São João, região central da cidade de São Paulo. Alcebíades é pai de Albano Pereira Neto, o palhaço Fuzarca, que, junto com Brasil José Carlos Queirolo, o excêntrico Torresmo, serão os primeiros palhaços a estrearem um programa na televisão em 1950, atração que permaneceu por dez anos no ar (ambos na foto).
Lou Jacobs
Howle
Mc Bryde
Mike Coco
Bumpsy
"George A. Adams"
Walter Galetti
Rhum
Victor De Jonghe
Mystery Clown
Ringling Bros and Barum e Bailey Red Unit
Alby Austin e Billy Merchant
Ruben(13 feb 1948 - present)Ruben MadsenHe is the only western circusperformer / Clown that worked in a USSR Circus production, touring the Soviet Union periodically during years 1988 - 1993.
Lou Jacobs - O maior de tráz - Ele vai entrar nesse carrinho
I still cannot see how Lou got into this small car. I used to hold his tools while he worked on it. He was the "best" circus clown ever!
Buttons(1943 - present)Leon"Buttons"McBryde Buttons became a Ringling Brothers Circus clown And at 6' 7", Buttons is a giant in his field. He contributed to the book Clown Magic.
Joseph Grimaldi "father of Clowns"(1778-1837)He was one of the greatest English pantomime characters. He was famous enough in his time to have had Charles Dickens write his biography.
Coco the Clown (1900- 1974) Technically he was an Auguste - that is the foolish character who always ends upwith a custard pie dripping off his face.
Alley
"Um palhaço é acima de tudo uma criação particular, uma exteriorização de algo extremamente íntimo e puro do indivíduo; uma essência que encontra no riso e no exagero a falta de barreiras para sua emergência. O palhaço não é um personagem que alguém apenas veste; o movimento é justamente o inverso, o personagem veste o palhaço. Cabe ressaltar, porém, que o verbete personagem é inapropriado para se referir ao palhaço, pois este último nunca é estanque e sua personalidade se desenvolve de forma conjunta com a do sujeito. Clarice Lispector, em seu livro Água viva, discorre sobre o que ela busca ao escrever. O palhaço em seu contato com o público – utilizando-se apenas de um meio diverso do de Lispector (seu corpo e o riso) –, também busca o mesmo que esta escritora: Estou lidando com a matéria-prima. Estou atrás do que fica atrás dopensamento. Inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo não deixando, gênero não me pega mais. Estou num estado muito novo everdadeiro, curioso de si mesmo, tão atraente e pessoal a ponto de não poder pintá-lo ou escrevê-lo. [...] É um contato com a energia circundante eestremeço. Uma espécie de doida, doida harmonia. Sei que o meu olhar deveser de uma pessoa primitiva que se entrega toda ao mundo, primitiva como os deuses que só admitem vastamente o bem e o mal e não querem conhecer o bem enovelado como em cabelos no mal, mal que é o bom15. O palhaço é essa doida harmonia, algo em estado puro, primitivo, que se liga ao mundo com o mínimo de amarras possíveis. É uma energia viva, é a sinceridade de se assumirlimitado, de assumir a dor e ser capaz de rir com o objetivo de a transgredir. Ainda nas palavras de Alice Viveiros de Castro, um palhaço é um ser estranho que bota a mão no fogo, que põe a cabeça na guilhotina e que se expõe nu em sua tolice e estupidez. [...] Ele não conta uma história engraçada. Ele é a graça, ele é o risível. [...] Literalmente o palhaço dá a cara à tapa!16Clown é transgressão de regras; é transgressão do próprio corpo. É a construção de um novo corpo, único. É a liberdade permitida através da arte, do fazer arte, daarte absolutamente viva e ao vivo, porque o clown só é naquele momento. Mesmo que haja uma cena ou um esquete previamente preparados, a graça se fará no improviso. O palhaço seentrega ao improviso, se joga no desconhecido e esse é seu material primordial."
ResponderExcluirAureliano Lopes da Silva Junior
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ResponderExcluirOlá... Meu sobrenome é Robatini... Sou, com muito orgulho, desta família... Como posso conseguir uma cópia desta sua foto?
ResponderExcluirObrigada...