Jacques Lecoq http://www.ecole-jacqueslecoq.com/index_uk.htm
“O fenômeno, para Lecoq, ultrapassa a simples representação e seu espetáculo. Torna-se um modo de expressão pessoal. O clown põe em desordem uma certa ordem e permite assim denunciar a ordem vigente. Ele erra e acerta onde não esperamos. Toma tudo ao pé-da-letra no sentido primário e imediato.”
Jango Edwards http://jangoedwards.net/workshops/clown-front/
O Jango nos deixou mudos. Ele nos confunde.
Na platéia do Carlos Gomes me vi cercada ao final do espetáculo por reações muito diferentes e contraditórias. Algumas pessoas choravam, outras queriam ter saído antes do espetáculo, outras cantavam viceralmente “love, love, love”, outras bocejavam, algumas exclamavam “genial!”, outras esboçavam um que “merda”, outras estavam constrangidas (aquela sensação de peixe fora d’água) porque não tinham sido arrebatadas como a maioria da galera. Parecia que o próprio Jango sentia essa profusão de reações distintas, quando, sem precisar, se justificou ao final rendendo-se à inexistência de um triunfo completo.
Triunfo que nós espectadores do anjos conhecemos bem, quando na unanimidade catártica após “Os Instintos Ocultos” de Léo Bassi, quando Tortell abraçou-se possúído à musa maior do anjos, Alice Viveiros de Castro empastelados pelo poder redentor da tortada na cara. Ou quando el rei de la calle Chacovacci, nos domina por completo fazendo agir sobre nós o poder ancestral da praça pública. E tantos outros momentos memoráveis que vivemos e que ainda virão.
E eu, o que eu sentia?
Montanha-russa.
Jango me levou às alturas em vários momentos, orgasmos múltiplos na rapidez do carrinho quando desce a ladeira vertiginosa, durante a profusão de gags clássicas, de gestos clássicos, o looping que nos vira do avesso inebriados com o poder ancestral da máscara do palhaço vagabundo e estúpido. Por outro lado, ali nas curvas da montanha, dando umas sacudidelas na tentativa de nos assustar em nossa curta viagem, senti uma indiferença atroz em alguns outros números onde se repetia a fórmula sujeira, pau, boceta, boquete, dublagem. Era maneiro, claro, mas não arrebatador. Não que seja isso que a gente espera, longe de mim julgar o risco daquele que se atira no abismo sem rede.
Mas, então, vamos pular no Bola Preta em fevereiro e te convidamos, Jango, a vir com a gente, vamos te lançar ali, lourinha gostosa de peitinhos murchos, musa do Cordão! É, eu sei. Essa sujeira é necessária, muito necessária na Alemanha, na Holanda, pros trens, metrôs se atrasarem, pra gente poder falar alto em público, dar dois beijinhos quando somos apresentados pela primeira vez, pra aquela aparente perfeição desmoronar e revelar o terceiro mundo escondido debaixo do tapete.
Em todo caso, na viagem daquela noite todos nós embarcamos nas múltiplas visagens do cômico. Um desfile virtuoso de possibilidades. E principalmente um palhaço humano até o âmago, sem medo de perder, sem medo de seduzir-se pelo prazer triunfal, sem medo do erro, sem medo do acerto. E, que, como um “bom” americano, se é que nos dias de hoje possamos romper o preconceito e imaginar que haja algo assim, conhece bem o significado da expressão FUCK YOU. Ele sabe muito bem ligar o “foda-se” e esse é um mérito fundamental, num momento em que estamos exaltando, levianamente, um discurso de mitificação em torno do poder do palhaço. Não que este poder não exista, mas não posso concordar com o discurso que tenta transformar o palhaço no herói do nosso tempo, um guru possível para o século XXI. Por isso o texto escrito e falado na mesa “Você está rindo de quê?”, pelo André Bueno é tão impressionante e lúcido (leiam na íntegra aqui no blog!).
Claro, o palhaço nos toca, nos transforma e pode até nos conduzir a uma experiência mística de transformação espiritual. E o Bozo? E o Ronald Mac Donald’s? Se quisermos que o palhaço seja nosso herói, estamos roubados. Supermen é o caralho. Como diz minha amiga Cris, “errar é unânime”. É disso que precisamos. Piramos com “Os Instintos Ocultos” e não nos tocamos no “Revelações”, é isso mesmo, o Léo Bassi é humano. Jango e sua montanha-russa são também. Ufa! Estamos vivos.
Somos contraditórios, sejamos! Não há verdade, há caminho. Os filósofos especulam sobre a verdade. A ciência busca a verdade. A religião encontrou a verdade. Mas a arte é o lugar das possibilidades, da celebração do inútil.
Por isso, Jango, como diz o poeta Paulo Leminski:
Amei em cheio
Meio amei-o
Meio não amei-o
publicado às 07:58 publicado por Adriana Schneider Alcure
http://picadeiroquente.blogspot.com/
Chacovachi (Fernando Cavarozzi)- Argentina. http://www.chacovachi.com/
Sobrevivente da geração dos grandes palhaços do princípio dos anos 80, na Argentina, o Palhaço Chacovachi se transformou em referência indiscutível das sucessivas gerações de artistas de rua da Argentina. O humor ácido, a comunicação direta e a particular visão do mundo marcam a personalidade deste palhaço.
Nola Rae http://www.nolarae.com/
After working for two years as a professional ballerina, Nola Rae realized she would never be a great dancer. Wanting to apply her ballet technique, and not interested in speaking on stage, she turned to mime and studied with Marcel Marceau. In 1976, after a season with the Bristol Old Vic Company, she started her own production company called the London Mime Theater. She produced eleven shows in which she combined mime, clowning, dance, and puppetry. Each show is presented solo or with a single partner. Nola has performed in 51 countries and been seen on every continent except Antarctica. She has made many television appearances, including a BBC documentary on her work and a recent program in which she co-starred with Marcel Marceau.
Leo Bassi http://www.leobassi.com/
Bufão por tradição e opção, descendente de uma família italiana circense e anarquista cujas origens remotam ao século XVIII, Leo Bassi nasceu em 1952 em Nova York, por caso, mas ele se considera anti-Estados Unidos, mesmo depois dos atentados de 11 de setembro. "Não vou deixar os terroristas ditarem meu jeito de ser e me expressar. O que eu falo e faço é igual, antes de depois de 11 de setembro", declarou ele em entrevista exclusiva concedida a ISTOÉ em Madri. Seu último espetáculo, aliás, chama-se 12 de setembro e nasceu como uma reação à ausência de uma discussão crítica, na Europa, às decisões unilaterais de Tio Sam na luta antiterrorismo. "Quero devolver ao bufão o seu direito ancestral de dizer em voz bem alta o que os demais só pensam", proclama. Em português, bufão quer dizer bobo, cômico, mas no Brasil a palavra que melhor traduz esse personagem circense seria "comediante".
Depois de estrear em Madri, em fevereiro, Bassi foi à Alemanha, Áustria, Noruega, Itália e França. No Brasil onde esteve três vezes, já tendo sido inclusive assaltado, em Copacabana , ele veio para apresentações em Brasília, Belo Horizonte e São Paulo, onde estará no Sesc Santo André nos dia 9 e 10 de agosto. "Depois, só Deus e Alá sabem. Cabul e Nova York são os objetivos.”
ISTOÉ - Por que você escolheu o 11 de setembro como tema de seu espetáculo?
Bassi - Eu acho que é alucinante o fato de que não se possa tocar em temas fundamentais, por exemplo: por que ocorreu o 11 de setembro? Ademais, para mim existia uma covardia intelectual generalizada na Europa. Não foi exatamente uma grande surpresa que os atentados ocorressem com os americanos, mas não se podia falar nisso. Os ataques de 11 de setembro não foram obra de loucos. Existe um sentido para o que passou. E nos nos últimos meses, já podemos ler na mídia comentários mais críticos. Antes, as pessoas tinham muito medo de dizer o que realmente pensavam. Assim, deixamos deixamos que os Estados Unidos seguissem o seu caminho, sem nenhuma crítica, sem dizer nada.
Agora é o momento de analisar o que aconteceu e fazer uma discussão global. Ao mesmo tempo, pensar em como podemos nos organizar para que não existam tantas injustiças entre o Norte e o Sul, entre ricos e pobres. Se não for assim, continuaremos com a idéia de que o 11 de setembro foi uma loucura; que o mundo vai bem; que o mundo made in USA é o best e o modelo a seguir. Assim, o 12 de setembro nasceu de uma reação visceral provocada pela apatia e a ausência de discussão crítica no mundo europeu frente às decisões unilaterais que os EUA tomaram na sua guerra particular contra o terrorismo.
ISTOÉ - É verdade que 12 de setembro foi inspirado em uma piada que você ouviu em Belo Horizonte, no dia dos atentados terroristas?
Bassi - Não numa piada, e sim numa sensação. Eu estava em Belo Horizonte naquele dia fatídico. Observei que as pessoas estavam felizes. Ouvi muitas piadas que falavam de aviões. Além disso, também encontrei alguns políticos e burgueses de distintas índoles. E a minha impressão era de que estes ricos brasileiros tinham medo, e pensavam que ia começar uma revolução mundial: pobres contra ricos. No entanto, penso que, por projeção ou por se espelhar, os pobres viram neste atentado uma justiça divina sobre aqueles que sempre foram dominantes. Vi até gente dançar na rua de alegria.
ISTOÉ - Mas sua postura não poderia ser acusada de ser pró-terrorismo? Afinal, Bush não disse que "quem não está conosco está contra nós"?
Bassi - Diariamente enfrento este dilema. Acredito que nós, os palhaços, somos por natureza as pessoas mais pacíficas que existem, porque a cada noite soltamos nossa agressividade ludicamente diante do público. Porém, se alguns têm medo do que digo, podem até dizer que faço apologia do terrorismo. Mas prefiro usar outras palavras de Bush: "Não podemos deixar o terrorismo ditar nossa maneira de viver." Sigo essa máxima ao pé da letra. Eu era um pouco anti-USA antes dos atentados, e continuo sendo.
ISTOÉ - O que pensa dos escândalos das grandes corporações americanas?
Bassi - As notícias não me surprenderam. Há anos vem se falando de grandes empresas com contabilidade fraudulenta e executivos tendo milhões de dólares em lucros elegais. Uma sociedade não pode funcionar onde pessoas ganhem dinheiro dessa maneira. Não sou contra o livre mercado, mas acho que a sociedade tem que Ter mecanismos de controle e vigilância. É irônico ver Bush e Cheney assinarem leis para limpar a contabilidade das empresas quando eles e muitos republicanos viveram desse dinehrio ilegal. É uma hipocrisia total. Só me surpreende que a imprensa americana esteja sendo tão simpática com os donos do poder. Esperava que fosse como no escândalo Watergate, em que o The Washington Post denunciou Richard Nixon e provocou sua renúncia.
ISTOÉ - Você considera que existe uma crise na esquerda italiana que justifique o diretor de cinema Nanni Moretti tentar sacudir a sociedade?
Bassi - Como Berlusconi (Silvio Berlusconi, premiê conservador da Itália) tem todas as tevês, muitos jornais e revistas, ele está formando um pensamento único. Por exemplo, mesmo hoje, quando não existe mais comunismo em nenhum lugar do mundo ele continua falando em "ameaça comunista". No entanto, também é evidente que a esquerda está em crise na Europa. Aliás, o que significa esquerda, quando nem os governos governam e a política está dirigida cada dia mais pela economia, pelas multinacionais e pelos bancos? Entretanto, o que está acontecendo nos últimos meses é que a política italiana caiu em um patamar tão baixo que gerou uma reação de rejeição de muitos intelectuais e alguns políticos. Considero que isto é saudável para a cultura italiana, já que ela recebeu uma bofetada de Berlusconi e agora volta a se manifestar e atuar.
ISTOÉ - Seu teatro é provocativo?
Bassi - A provocação é uma ferramenta que utilizo para incitar o público. Penso que a maioria das pessoas é apática. E a provocação é uma coisa que desperta a consciência, pois o público a enfrenta. Muitos podem não gostar, e inclusive se assustar, mas todos têm que reagir. Com o espetáculo 12 de setembro, eu quis devolver ao bufão o seu direito ancestral de dizer em voz bem alta o que os demais só pensam. Pretendi surpreender as pessoas com posições políticas não-conformistas. Depois do espetáculo, espero que cada um compare suas opiniões com as minhas. Até podem não estar de acordo comigo. Não me preocupa. Asssim é a vida...
Luis Otávio Burnier - LUME Teatro
“É um ser ingénuo e ridículo; entretanto, seu descomprometimento e verdadeira ingenuidade lhe dão poder de burlar situações, pessoas com certa impunidade (BURNIER,1996)."
Ariane Mnouchkine - Théâtre du Soleil www.theatre-du-soleil.fr/
Marcel Marceau 1923-2007 www.marceau.org/
Avner the Eccentric, a "Broadway" clown
A função do palhaço é a de fazer público sentir emoções e respirar.
Todos inspiram, mas muitos de nós devem ser lembrados de expirar.
A imaginação e o cérebro estão conectados ao corpo e o afetam. Qualquer alteração na mente provoca uma mudança no corpo. Qualquer alteração no corpo, na respiração primeiramente, causa uma mudança correspondente na mente.
Não diga ou mostre ao público o que pensar, fazer ou sentir.
Não diga ou mostre aos seus parceiros o que pensar, fazer ou sentir. Não aponte.
O peso pertence ao lado debaixo. Mantenha um único ponto na parte inferior do abdômen. Mantenha sua energia fluindo.
A tensão é sua inimiga. Ela produz dormência emocional, mental e física.
O que você pensa a respeito da sua performance é o que conta, não se ela é realmente boa ou ruim.
O palhaço descobre a platéia que está sentada, olhando para um espaço vazio e esperando por um show. Deve-se lidar com isso estabelecendo-se cumplicidade com o público.
O palhaço cria um mundo no espaço vazio, ao invés de entrar num mundo que já existe (esquete).
Usar mímica para criar fantasia, não para recriar a realidade.
O palhaço procura criar um jogo e definir as regras, as quais a partir de então deverão ser obedecidas.
Não peça ou diga ao público como se sentir ou pensar. Tenha uma experiência emocional e convide o público a se juntar à sua reação.
É essencial ser interessado, não interessante.
Você tem que respirar durante toda a sua vida, mesmo no palco.
O palhaço entra no palco para fazer um trabalho, não para provocar risos. Se houver risos, eles serão interrupções com as quais deverá lidar.
TORTELL POLTRONA www.tortellpoltrona.com/
O palhaço Tortell Poltrona é Jaume Mateu Bullich, que nasceu em Barcelona em 1955. Iniciou sua carreira como cantor cômico da “ Gran Orquestra Veracruz” (1974). No ano de 2005 foi agraciado com o prêmio Nacional de Cultura do Estado da Catalunya.
É diretor e fundador do Circ Cric desde 1981 e do CRAC- Centre de Recerca de Loles Arts del Circ desde 1995. Foi fundador e diretor durante o período de 1984 a 1986 do Festival Internacional de Payasos de Cornellá e idealizador e fundador do Festival de Payasas de Andorra, Forum de la Comicidad (2001).
Fundador dos Palhaços Sem Fronteiras. Fez várias expedições aos campos de refugiados e às debilitadas zonas da Croácia, Sérvia, Bósnia, Kosovo, Sahara, Armênia, Chiapas, Sri Lanka, Colômbia, Brasil, Cuba, Serra Leoa, Costa do Marfim, Benin...
Desde 1978 participa de Festivais Internacionais de Teatro na Europa e na América. Já trabalhou com ilustres palhaços como Charlie Rivel, Oleg Popov, Jango Edwards, Leo Bassi, Johnny Melville, Gustave Parking…e também diante de artistas como Joan Miró, J. V. Foix e Joan Brossa.
Sue Morrison (Canadá) www.canadianclowning.com/sue.html
Nani e Leris Colombaioni www.colombaionileris.it/
Eles descendem de uma das mais antigas famílias italianas de tradição "clownesca". A companhia em que atuam foi fundada pelo pai de Léris, Nani Colombaioni, que parte de seu pai Nani Colombaioni, grande clown e um dos protagonistas do filme I Clown, de Frederico Fellini.
A arte de ser clown Léris apreendeu com seu pai, Nani, e mantém até hoje, com mulher e filhos, com o Circo Colombaioni. "O sentido do clown, para nossa tradição, está em alegrar, em tirar um sorriso. Ele pode fazer malabáris, música, o que for, mas tem de alegrar", diz Léris. Os Colomboiani desenvolveram sua própria maneira de ser um palhaço; de levar as pessoas a alegria do quase mundialmente abandonado circo de família. A história deles com esta arte data de 400 anos, quando sua avó Catarina Delacqua casou-se com Alfredo Colombaioni. Catarina já vinha do casamento de duas famílias da Comédia del Art, Delacqua e Travaglia,os precursores da arte de alegrar.
Charlie Rivel
Hunter "Patch" Adams
André Riot-Sarcey www.clownambule.com/auteur.php3?id_auteur=196 , francês, iniciou-se em 1976 como palhaço principal no Circo Roncalli. A sua formação e trabalho como clown evoluiu em paralelo com um inovador conceito de espectáculo: o Novo Circo. Diferente do circo tradicional, por exemplo, no facto de não haver separação entre os diferentes números por apresentações, no Novo Circo, “o espectáculo é quase em contínuo, percorrido por uma ou duas personagens principais, muito frequentemente, palhaços multivalentes. O trabalho do palhaço passou, assim, a ser mais complexo. Exige uma formação específica”, tem que ser escrito, encenado, e envolve outras áreas do espectáculo: a música, malabarismo e as acrobacias. As bases são as mesmas, mas agindo com sinceridade, o palhaço acaba por nascer diferente em cada actor, em cada realidade...", explicou Riot-Sarcey.Actualmente director artístico e encenador da famosa companhia Nouveaux Nez, fundada por si por alguns dos seus alunos, André Riot-Sarcey trabalha, também, como professor no Centro Nacional des Arts du Cirque e na École Internationale de Théatre Jacques Lecoq.A formação dos participantes na relação palhaço/música da responsabilidade do Patrick Cuisanse. Formado pelo Conservatório Nacional do Nancy, como músico, e pelo Conservatório Nacional Superior de Paris, como compositor, é actualmente professor em vários escolas do circo.
"Não representes! Seja!"
"Porque não vê as coisas que nos separam, mas sim as que, mais profundamente, nos unem; Porque apela ao gozo das pequenas coisas belas da vida... É na nossa atualidade, num meio cada vez mais cinzento, cheio de trabalho e preocupações, que o palhaço ganha importância. Simples, verdadeiro, popular, poético, divertido, ora fútil, ora profundo, é um 'souvenir’ da infância, uma gota de frescura e de vida." "0 palhaço representa o sonhador que, sem nunca se levar muito a sério sobrevive no nosso mundo catastrófico... Dá-nos uma ideia de liberdade!” André Riot Sarcey
Philippe Gaulier www.ecolephilippegaulier.com/
Dario Fo http://books.google.com.br/books?id=qvPUyF-HZSQC&printsec=frontcover&dq=dario+fo&source=bl&ots=DhPohtFkWz&sig=Ud_AXAEf4nPxdyKd2Thzvk2fsNw&hl=pt-BR&ei=y3vUS-uHKIOTuAe3ksT-DQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=12&ved=0CEEQ6AEwCw#v=onepage&q&f=false
Durante as visitas de Dario, seu avô viajava pelo campo vendendo seus produtos em uma carroça puxada por cavalos. Para atrair clientes contava histórias, as mais surpreendentes, e nestas histórias introduzia a notícia e anedotas sobre eventos locais. Suas crônicas satíricas e oportunas deram-lhe o apelido de Bristìn (semente da pimenta). Foi de seu avô, sentando-se ao lado dele em suas viagens, que Dario começou a aprender os rudimentos do ritmo narrativo.
Dario passou sua infância a mudar-se de uma cidade para outra, porque os postos de seu pai foram mudando de acordo com o que desejavam as autoridades ferroviárias. Mas mesmo que a geografia remanescesse em um fluxo, o ajuste cultural era sempre o mesmo. Enquanto o menino crescia, tornou-se educado na tradição narrativa local. Com paixão crescente, sentava-se nas tavernas ou piazze e punha-se a escutar sem cansar os mestres vidraceiros e os pescadores, que - na tradição oral do Fabulatore - trocariam fábulas embebidos num tom satírico político pungente.
Prêmio Nobel de literatura, Dario Fo não se encaixa no estereótipo do escritor que fica dias debruçado sobre uma escrivaninha, na máquina de escrever ou no computador para produzir uma trama. Ator, mímico e palhaço, ele faz esboços das tramas em pinturas e depois apresenta suas idéias no palco antes de as colocar no papel. Fo improvisa perante a platéia, numa mistura de dialetos italianos, onomatopéias e palavras inventadas. Assim nascem suas comédias traduzidas em mais de 30 idiomas.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
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