Eu
sempre achei que um bom artista fosse aquele que pudesse me fazer acreditar que
pode voar... que pode, simplesmente acreditando, se concentrar, pôr um pé no
infinito e, na beira do abismo... não cair. Se entregar pra esse vazio e se
preencher dele, e, já que a matéria é toda vazia mesmo, permanecer, só
permanecer. Enormemente permanecido. Não necessariamente parado e não
necessariamente no vazio o tempo todo, pra também não ficar parecendo que zomba
desse risco. Mas talvez e só talvez, porque daqui hoje não sairão certezas...
talvez permanecer no caminho, caminho esse que passa pelo vazio... mas que
continua só pra ver no que vai dar. Aquele tipo de caminho que só a ele mesmo
cabe entender. E ele sabe bem dele. E aí então por ele sim, por ele vale a pena
voar...
E ser o próprio risco.
E ser o próprio risco.
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