Um vento derruba algumas pequenas folhas sobre nós, uma delas pousa em seu cabelo e não a tiro.
Quando aparece o sol e tem vento, a gente sai pra empinar pipa, correr...
Hoje tive que sair. Minhas pequenas felicidades se cansaram de mim. O barulho de uma onda me chamou e eu corri.
Porque num gramado muito grande dá vontade de correr para embaraçar o cabelo...
E em cada passo vou me escancarando, pois sei como me vêem aqueles olhos.
Esqueço as piadas que havia ensaiado.
Um redemoinho mais forte me empurra.
O vento e a onda são coisas leves que são fortes...
Afinal o que é que aquele moleque quer de mim?!
... e me pôe no cangote para pegar jabuticabas no alto...
Abro mão, me deixo pelo que não sei. Um aconchego estranho se acolhe no meu cólo e está cá dentro. Não faz mais sentido voltar, nem colher pedras caídas, e corro mais.
Avisto, fruta de muita sede, aquele correndo ao meu encontro. Sua simplicidade e inteireza nos movimentos firmes e entregues ao seu próprio vento, me atordoavam. Atordoado me desequilibro em movimentos impensados e sei que são pedaços meus que havia perdido.
Salto em seu cólo e o abraço. Grudando meu peito no seu e é só.
Dia desses meu menino deu de surgir no topo daquele monte onde nos encontramos quando me aquieto. Estamos os dois aqui e agora.
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