"Meu pai começou a me ensinar malabarismo e acrobacias, e ele me mandou para escola de dança e escola de música. Eu não estava muito feliz, eu disse: "Pai, por que você está me mandando aqui? Eu quero ser um palhaço, eu não quero ser um bailarino." E ele disse: "Você quer ser um grande palhaço? Você tem que ser capaz de se mover bem. E para movimentar bem você tem que aprender ballet. Você tem que ser capaz de tocar instrumentos, pelo menos 2-3, porque um bom palhaço tem que ser um bom músico. "
"Você tem que fazer sempre o que você sente. Se você se sentir bonito e leve e divertido, bem faça-o. Mas não sinto que você tem que ser engraçado todo o tempo."
"Sim sou de família circense, e do momento em que nasci comecei a girar por circos, teatros, teatros de variedades, um pouquinho em cada canto. Dormia nos camarins com papai e mamãe e assim eu estava circundado dessa corte de milagres, de anões, contorcionistas, malabaristas, e é um belíssimo modo de se crescer, pra mim. Muitas vezes me perguntavam como eu aprendi o meu ofício. Meu ofício, eu aprendi no picadeiro com papai, porém muitas vezes aprendi também na mesa. E me perguntaram: "Como? na mesa se aprende a profissão?" Eu digo que sim, se aprende na mesa porque desde de menino, depois do espetáculo, senta-se à mesa, come, ouve, ouve os adultos, aqueles que fizeram o espetáculo, falarem, discutirem sobre aquilo que fizeram, de um certo modo de executar um exercício, se fizeram alguma cena cômica : "mas essa noite você se mexeu antes. Deve esperar um pouco mais!" E quase sem querer armazenei essas informações e no final se da conta de saber determinadas coisas sem que realmente ninguém tenha te ensinado, porque estão dentro de você"
"Normalmente o clown é o diretor, o criador, o maquiador, o figurinista e o dramaturgo de si mesmo, ele mesmo cria sua personagem, as suas coisas. Um clown é difícil de ser dirigido. Eu acho que o clown é o mais anarquista de todos os artístas, é dificíllimo dizer a um clown o que ele deve fazer, porque é da sua natureza ser livre."
"Rhum, um grandíssimo clown do passado, se chamava Enrico Sprocaia, de origem italiana, disse uma frase belíssima, disse: O Clown deve saber fazer rir mesmo com as costas. Porque ele, encontrando-se no circo tradicional, tinha entendido que em qualquer situação que se encontrasse tinha sempre alguém atrás de si. Assim devia exprimir as mesmas coisas que exprimia aqueles que se encontravam na frente, também aquelas pessoas menos sortudas que se encontravam atrás. E não é ficar girando pra mostrar todas as expressões. Existe realmente um trabalho físico."
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