maldito transgressor

maldito transgressor
A hipnose é tão aconchegante...
O costume a inércia...
A responsabilidade em ser inteiro adormecida...
A verdade miando lá fora na chuva...
A Televisão que faz o tempo passar tão rápido e confortável...

Não ouço mais os gritos seus
Não ouço mais os gritos meus
Não ouço mais os gritos
Não ouço mais
Não ouço
Não
Ñ
~

HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Roda dos Artístas!

"O artista do arame, sem a tensão do público que segura com seus olhos o equilíbrio, não existe.

O mímico pede que a gente colabore com a cena lendo a ilusão criada.

O clown precisa que o público seja cúmplice de sua infinita insuficiência.

O juggler necessita que a atenção da platéia magneticamente mantenha os malabares na rota e ritmo atirados.

Por que a platéia colabora de todas essas formas com o artísta?

Porque o artista na platéia precisa brincar de ser. Empresta-se ao corpo do ator para suas sagas de uma hora no palco. Permitem-se então viagens nas quais se experimenta o que em casa, na fila do banco, no escritório, é pesado fazer sozinho. E muito incerto. Com o artísta ele não está só. Porque o artísta não está só. Está com a platéia inteira."

    
               

"O artísta se torna artísta quando deixa de estar calado. O artísta se torna artísta quando destrói o escuro. Ele luta contra a melancolia da inércia."


                                     
      
 

"Então este artísta, através dos simbolos, da construção de imagens, vai pegar para si a tarefa de refazer uma questão em suas próprias dimensões, para que, na empatia que a natureza humana nos permite, o espectador consiga sair de sua solidão para uma simpatia e em seguida por um ato de amor, uma entrega que redime, mas mais do que remissão, o fortalece, porque ele se reconheceu, mas viu um artísta vibrante, confiante, realizador, cumpridor de sua tarefa, inspirador, convidativo.

Seu material último foi a emoção, de que ele, tão descuidada, protegida e imaturamente, tem medo, por escaldado, por receio de surto, encontrar. Ela está lá, dormindo, mas assustando nos sonhos, sobressaltando nas angústias e ansiedades. O artísta toma-a no colo, joga-a no ringue e, surtando antes, permite o caminho de volta seguro e mais forte. Revitaliza. Cura a falta de confronto com ela, a alienação dela por não saber como dominá-la, usá-la. Há uma reconciliacão, mas política, porque sugere ação, pois a cena não determina para onde vamos. Só convida a levantar-se, empenhar-se, confrontar-se, recuperar a emoção como aliada (pois no palco ela se mostra mesmo no paroxismo: dominada, dirigida, convivida, permitida, reconhecida, aliada). De alienada faz-se aliada."


                                                         



                                                                   RODA DOS ARTÍSTAS

Adão e Gastão procuram artístas escondidos no meio do público, enquanto experimentam também o que é ser artísta.
O avô contador de histórias, o gari sambista, o chefe de cozinha poeta, a dona de casa com a sua dança sensual, o executivo tenor. Quem sabe esse povo não tem alguma dica sobre onde está essa tal de Arte?



(Texto adaptado sobre o manifesto do Performer Essencial de Denise Stoklos)

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