maldito transgressor

maldito transgressor
A hipnose é tão aconchegante...
O costume a inércia...
A responsabilidade em ser inteiro adormecida...
A verdade miando lá fora na chuva...
A Televisão que faz o tempo passar tão rápido e confortável...

Não ouço mais os gritos seus
Não ouço mais os gritos meus
Não ouço mais os gritos
Não ouço mais
Não ouço
Não
Ñ
~

HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O Palhaço e a Música

Meu objetivo nesse primeiro post é fazer um apanhadão geral pra abrir espaço pra novos posts, pois esse é o assunto sobre o qual eu me debruço ultimamente: Palhaço e Música.



Housch-ma-Housch - Alemanha






A música por sí só, já é uma ferramenta incrível de ambientação, mensagem, paisagem, climas, etc.
Na mão de um palhaço a música pode ser um lindo jogo de relação e poesia.




Aqui nesses vídeos temos vários mestres explorando de inúmeras formas essa relação Música e Palhaço.
Nesse primeiro post vou apenas apresentar algumas idéias que ao longo dos tempos os palhaços vêm desenvolvendo em relação à música.



Da relação do Palhaço com seu instrumento já se abre um "mundo" que Grock, Irmãos Marx, por exemplo, brincam com maestria. É sensacional vê-los explorando suas personalidades e suas habilidades pra criar jogo e vida nessa relação.

Temos as coreografias como essa deliciosa do Tricicle.




Temos os jogos de dublagens, as sátiras, versões, adaptações de músicas conhecidas.
Temos a possibilidade de brincar com o formato desse universo musical, com divas, orquestras, maestros, etc.






Temos momentos líricos de palhaços interpretando de maneira bela e bem tocada uma música.



Temos os efeitos sonoros.
Temos a música como trilha guiando e pontuando a cena do palhaço como nessa cena clássica e incrível do barbeiro do Chaplin.



Temos a trilha composta complementando e dialogando com a cena.



Adoro as possibilidades de se usar também a lógica do palhaço para compor, tanto em termos de estrutura, rítmo, quebras, melodia, quanto na letra.
Aqui começo a entrar nesse universo que chamo de "Palhaço Compositor". Daqui tenho tirado minhas últimas experiências de pesquisa prática. De uns tempos pra cá tenho brincado de criar cenas a partir de músicas ou criar a cena como se fosse uma música. Explorando rítmo, melodias, auge, quebras, etc, mesmo que não baseado em uma música existente. Só o fato de trabalhar pensando mesmo que estou compondo uma música, ou realmente utilizando uma música, já tem me trazido várias sensações novas como criador/compositor.
Além disso, a utilização da improvisação na minha pesquisa também vem agregando outros estreitamentos desses dois campos artísticos, pra mim. Como numa banda de Jazz improvisando ou numa Big Band onde os instrumentos solistas se revezam no foco da improvisação, em cena temos esse mesmo jogo entre palhaços improvisadores. A "cama" pro outro solar, o diálogo de solos, o momento uníssono, as dinâmicas e quebras, as oposições, contrastes, os timbres de cada um...
A improvisação musical pro palhaço oferece uma ferramenta de relação que pode também ser explorada através de letras criadas apartir da observação de seu público em cima de uma melodia base, ou de uma trilha ao vivo pra uma cena também improvisada, ou ainda de uma estrutura musical sendo aplicada na cena e na relação de palhaços improvisadores.

A verdade é que a música está em tudo então por que não aproveitá-la. Já viram o filme "O som do Coração"? É breguinha, tudo bem! Eu sei! Mas é lindo ao mesmo tempo! É daquilo que eu tô falando! A gente como palhaço ver o som das coisas, as músicas que vêm de cada ambiente, de cada pessoa... Suspende o LSD do rapaz! hahahaha

Trabalhando como palhaço em hospital observei que muitas vezes no simples ato de escolher e tocar do meu jeito, interpretando aquela canção, em relação ao meu parceiro e àquele público, dialogando nas sensações e reações, com o ambiente, me apropriando daquela mensagem que a música propunha, sem grandes gags, só com verdade, já tinha tudo! O caldo todo já tava lá.

Um comentário:

  1. Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da platéia que sorria.

    Charles Chaplin

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